Os compromissos em defesa do meio ambiente de Santa Maria

Com o objetivo de iniciar um diálogo sobre um futuro mais verde e sustentável, o Comitê pelo Meio Ambiente foi lançado na última sexta-feira (29), reunindo grande público na sede do Diário. Diversas entidades e instituições foram convidadas a participar da solenidade, compartilhando inclusive ideias e experiências.

O lançamento foi marcado pela palestra do engenheiro químico e ambientalista Claudio Langone. Entre exemplos, Langone buscou guiar o público por um caminho de reflexões sobre a causa, destacando a importância da efetividade em ações pelo meio ambiente no dia a dia.

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Compromisso

Com o slogan “Compromisso permanente com o futuro”, o Comitê pelo Meio Ambiente é composto por representantes do Grupo Diário, prefeitura de Santa Maria, Câmara de Vereadores de Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Franciscana (UFN) e Instituto Federal Farroupilha (IFFar).

Após o encontro, a expectativa é de que novos parceiros integrem esta caminhada, trabalhando com eixos propostos pela iniciativa, como coleta seletiva de resíduos, logística reversa, proteção de APPs, educação ambiental, preservação de corpos hídricos, mudanças climáticas, sustentabilidade, arborização, substituição do plástico, viveiro municipal, esgoto, energia solar, piso permeável, entre outros. (Colaborou Gabriel Marques)

José Roberto Epstein, superintendente Regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan)

“É uma iniciativa inovadora e necessária para o município. O conselho tem a missão de integrar as forças ativas, que efetivamente têm a capacidade de contribuir com a resolução de nossos problemas. O grande desafio é traduzir a intenção em ação. A Corsan tem investido muito em sustentabilidade, em que a parte ambiental é extremamente importante. Queremos ser bastante participativos no comitê”

André Domingues, Presidente da Comissão de Direto Ambiental da OAB (subseção de Santa Maria)

“Estamos diagnosticando algumas ações. A OAB de Santa Maria já está engajada e estamos em contato com a secretária de Meio Ambiente do Estado. São muitas as ramificações. Precisamos identificar as demais instituições que podem estar aqui. Isto é um pontapé inicial, porém é importante aproximar as pessoas com experiência nesta temática e ver o que é possível de ser realizado”

Carolina Lisowski, coordenadora do curso de Direito, professora na Faculdade Palotina de Santa Maria (Fapas) e controladora-geral do município

“Podemos contribuir com essa reunião de esforços no aspecto científico e acadêmico, seja dos alunos seja dos docentes, na graduação e pós-graduação, para que consigamos efetivar a prestação de serviço no meio ambiente e a questão ambiental como um todo. Isto, depois, vai desdobrar em efeitos para nossa sociedade”

Major Robinson Marcos Garcia, comandante do 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (2º BABM)

“Nossa unidade é totalmente comprometida com a legalidade em termos de meio ambiente. Nosso compromisso é perene. É um dever que cumprimos com muita voluntariedade e entrega. Reconhecemos a atitude do comitê em unir outras forças”

Guilherme Baldissera Tambara, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam RS)

“Executamos políticas de educação ambiental e fiscalização. Vamos buscar a inserção junto ao comitê e buscar uma forma de participação ativa para da melhor forma possível dar o apoio técnico”

Jonatan Baú, presidente Lion Santa Maria Centro

“Tivemos a oportunidade de ouvir e ter conhecimento de como o comitê pretende trabalhar e de algumas falas que também vieram de acordo com esse ideal. Pretendemos que essa teia de ligações possibilite que consigamos ter atividades e impactos mais efetivos para que o objetivo desse comitê tenha realmente uma possibilidade real de ser aplicado. Somos pessoas que gostam de colocar a mão na massa e estamos à disposição para ouvir, debater e questionar as ações quando necessário”

Marcus Vinícius Barboza Nunes, presidente da Cooperativa de Resíduos Inservíveis Reciclados (CRIR)

“Estamos conversando com as entidades do município para fortalecer o pensamento da coleta seletiva. Ela precisa ser solidária e ter o respeito que é fundamental. O desenvolvimento intelectual na cidade deveria facilitar esse processo, mas há dificuldades em acompanhar e unir as pessoas nesta causa. Esse pensamento do Diário fará com que as pessoas entendam os processos que precisam ser feitos”

Lise Brasil, integrante da Associação de Reciclagem Seletivo Esperança (Arsele)

“Podemos nos comprometer ajudando, cuidando do meio ambiente e pedindo apoio para a associação e para os catadores também”

Luci Stefanello, coordenadora de meio ambiente do Lions Santa Maria Medianeira

“Temos uma preocupação global que não somente o Lions de Santa Maria tem trabalhado. Nossa participação, com certeza, irá contribuir para esse projeto. Ficamos felizes pelo convite. A preservação do nosso planeta precisa começar com a nossa educação, com nosso exemplo e, principalmente, com nossas ações”

Ademir José da Costa, presidente do Sindilojas-SM

“Desde 2016, já tínhamos criado um projeto de orientação aos lojistas para que não deixassem os lixos das embalagens na rua. Foram criados ecopontos e pagamos empresas para serem responsáveis por esse lixo. Se discute muito sobre a poluição, mas na verdade os geradores de lixo somos nós, a cidade é o maior gerador de lixo e nós temos que ter essa preocupação. O Sindilojas quer se inserir nesse projeto, ficamos felizes com o que vimos e temos interesse em contribuir. Em Santa Maria, 82% do PIB é formado por comércio e serviços, portanto, nós não podemos ficar de fora pelo nosso compromisso como entidade e queremos orientar os nossos empresários para que eles possam contribuir com esse projeto”

O objetivo do Comitê pelo Meio Ambiente 

O Comitê pelo Meio Ambiente tem o comprometimento de fomentar e propor a mudança de comportamentos dos santa-marienses quanto ao tema propostoCom o slogan “Compromisso permanente com o futuro”, o grupo vai trabalhar de forma conjunta com a sociedade, as universidades e o poder público, buscando alternativas que possibilitem as práticas sustentáveis em Santa MariaCompõem o comitêr epresentantes de seis instituições de Santa Maria, formado pela prefeitura de Santa Maria, Câmara de Vereadores de Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Franciscana (UFN), Instituto Federal Farroupilha (IFFar) e o Grupo DiárioCom planos a pequeno, médio e longo prazo, foram estipulados 13 eixos que guiarão as frentes de trabalho. São eles: Logística reversa, Coleta seletiva de resíduos, Educação Ambiental, Proteção de APPs, Mudanças climáticas, Preservação de corpos hídricos, Viveiro municipal, Substituição do plástico, Esgoto, Energia solar, Piso permeável, Sustentabilidade e Arborização

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Comitê pelo meio ambiente: sustentabilidade, equilíbrio e direito ao futuro

Guilherme CortezProcurador-geral de Santa Maria

Essa reflexão se inicia fazendo referência à obra “Sustentabilidade: Direito ao Futuro”, de autoria do Prof. Dr. Juarez Freitas, o qual tem a precisão teórica de cunhar um dos mais completos conceitos de sustentabilidade aplicáveis às demandas que emergem, na atualidade.

Reporta-se às lições do professor Juarez porque, na última sexta-feira, foi lançado, publicamente, o Comitê pelo Meio Ambiente, iniciativa que congrega instituições das mais diversas matrizes e que tem como objetivo trazer ao centro das discussões – de forma ordenada, técnica, conceitual e também empírica – questões atinentes às pautas ambientais, especialmente em nível local.

O comitê materializa um importante compromisso intersetorial com a ideia mais completa de sustentabilidade: pelos vieses ambiental, econômico, social e até mesmo ético. O desejo comum mais evidente entre todas as instituições que compõe este grupo de trabalho – entre elas, o Executivo Municipal, é o de poder, de forma propositiva, estimular avanços em nossa comunidade, com olhar sensível voltado as formas de desenvolvimento sustentáveis.

A expectativa do Executivo é de que, através do diálogo e de uma construção coletiva sólida e embasada em preceitos colaborativos, possamos compreender e difundir a cultura de que o poder público, sozinho, é impotente para propor e resolver todas as demandas que lhe tocam – especialmente aquelas que contam e dependem, diretamente, do agir coletivo dos que ocupam os espaços urbanos.

Claro que o dever de uma administração com as demandas ambientais, tanto internamente quanto na oferta de políticas públicas é inegável e infestável, contudo, nessa discussão, já se pode partir do pressuposto consolidado de que: a sociedade precisa entender e assumir seu papel neste debate e nestas ações, sob pena de não termos êxito na agenda ambiental.

Passou o tempo de compreendermos que as demandas ambientais e econômicas se desenvolvem separadamente, ou de se pensar que uma pauta deve padecer em detrimento a outra. Essa concepção já pode ser, seguramente, superada pela realidade da tecnologia, das informações e da consciência social que estamos alcançando. A abordagem que se quer é a que reconhece, nas agendas de desenvolvimento econômico, também o espaço de crescimento e solidificação da responsabilidade e do compromisso ambiental, como algo que, inclusive, agrega e qualifica os processos de produção. É o jogo do ganha-ganha.

Assim, o Comitê também representa a reafirmação de um compromisso – ainda em consolidação – mas que, sabemos, deve ser prioritário do poder público: a sustentabilidade enquanto diretriz para se pensar a cidade, com valorização dos espaços naturais e públicos, a adoção de práticas de contratações e obras sustentáveis, a consolidação de políticas de incentivo tributário para iniciativas comprometidas com o meio ambiente. Ainda, as pautas ainda mais emergentes, mas que já estão com implementações previstas para curto prazo, como a qualificação do contrato de coleta de resíduos sólidos e a definitiva consolidação da coleta seletiva em nosso município.  

Já se vê, nestas breves linhas, que o desafio é grande, mas a garantia de um futuro de qualidade, tanto no aspecto material quanto imaterial, para nossa cidade é maior e se torna a forca motriz desse trabalho coletivo. Contamos com todos, contem – da mesma forma, com o poder público e com todos os seus órgãos. Vida longa e exitosa ao Comitê pelo Meio Ambiente.

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